...Era um trem e passou por cima
de mim! Aqueles momentos belíssimos pelos quais passamos, nós homens casados,
eram tão somente luzes no fim do túnel, as quais um dia, percebemos, não eram
de esperança, mas de um trem imenso... Estamos vivos, entretanto, para contar
nossa história cheias de dores pelo corpo, o qual, em pouco tempo, torna-se
tábua de passar, ou uma máquina... de lavar roupa.
Passavam, como uma grande
propaganda, a ideia de que somente as mulheres que passam, que lavam, que fazem
refeições, que cuidam de crianças, que são chicoteadas moral e fisicamente, e
são caladas quando falam em demasia. Na realidade, há uma meia verdade nisso...
Quer dizer, houve uma época na qual todas elas eram mortalmente discriminadas
quando refletiam além de suas necessidades domésticas. Mas também era uma época
em que os homens refletiam, iam para as grandes descobertas e suas esposas
ficavam em casa a espera dele, do grande esticador de horizontes, do homem
real.
Hoje, parece-me vingança! Elas
trabalham fora, refletem acerca de suas posições, deixam seus (nossos) filhos em
casa, cuidados por babás, (ou babys siters, sei lá...), ou com o guerreiro, que
um dia, graças a ele, sabemos que não havia monstros após aquele mar; não havia
infernos embaixo da terra; e mais, muito mais...! Mas o respeito se foi, os sistemas que
geraram a perda de identidade nos fizeram sucumbir.
Contudo, podemos nos reerguer! No
lavar de uma louça, no lavar de uma casa, no cuidar de um filho, podemos repensar
nossos papéis, refazer a história atual, gritar (baixinho, claro), e quem sabe
um dia iniciar uma revolução!
Mas... que elas não saibam.
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