Quando se é solteiro, passamos por uma árvore, sentamos à sombra, dormimos, sonhamos e acordamos com o fruto da bendita ao lado; quando se é casado, a mesmíssima árvore é como uma caricatura de filme de terror; seus cabelos, em forma de folhas, enfeitam a noite, os quais dançam ao som do vento, que assobia trazendo lobos, corvos e seres da penumbra.
A árvore, à que me referi, de dia,
é ainda pior. Serve como amarração de uma corda que pode nos salva a vida, se
a colocarmos junto ao pescoço, com a ajuda de um banquinho que, de certa
altura, pode nos conduzir ao céu quando se ausenta repentinamente dos nossos
pés. Então... Crrreeec! Urg! Aaarghh!
Vamos para de falar de coisas
boas.
Hoje falam em um tal de sexo.
Imagino que seja o gênero de cada um.. não sei. Eu sou do sexo masculino e
minha esposa, feminino! Não me lembro de mais nada, mesmo porque das coisas
boas, se somos autorizados a lembrar, na verdade, passa-nos somente o dia em
que acreditávamos que existia vida além do casamento. Isso, com certeza, não é vida.
Vida não é sobrevida. Não é
sobreviver. É assistir a um filme, romanceado; é ir ao teatro e sorrir com
peças belas, em nome de um passado que burla nossa alma, e implora que
obedeçamos ao pedido dos nossos antepassados gregos.
Vida é viajar e aprender com as
paisagens, com o destino, com o sol que nos ilumina, com a chuva que nos lava; com
as pessoas que nos dão energia. Viajar é voltar com o coração aberto a novas
provas, sejam elas psicológicas, sejam espirituais, enfim... É ter o mínimo de
consciência em ter o coração aberto a experiências.
Para o casado, viajar é ir à casa
da sogra, é comprar pão todos os dias, na padaria, a cem metros de casa; para o
infeliz, casado, viajar é deitar no chão duro, fechar os olhos, sonhar com um
lavador de louça automático; é ser reconhecido quando o chão está limpo (isso é
viagem).
Assim, de forma lúdica, na
camaradagem, com um belo olhar ao sol, visto pelas grades do quarto, sonhamos,
viajamos, cantamos e objetivamos um advogado..!
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