segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Anéis, Ilusões, Sonhos...







...Tudo não passa de ilusão: dores nas costas, dores de cabeça, raiva em excesso, vontade de matar, vontade de escalar o último degrau do maior prédio do mundo e saltar dele; vender sogra, não pedir resgate; pagar para ficar com o refém... São ilusões. Mas não são passageiras!
Todos os dias, tais ilusões sobrevoam minha cabeça, como urubus a pedir minha cabeça encharcada de sangue... Por isso, voam no vácuo, com vistas ao almoço do dia, à janta da noite, e ao petisco da madrugada. Na realidade, tais ilusões estão ficando pesadas, como cruzes que não paguei pra ter, ou como pregos cravados em meus calcanhares, que não pude retirar quanto pude.
Esse é o casamento.
Às vezes é preciso se portar como um gollun (não sei se é assim que se escreve), como um constante caçador do anel perdido. Feio, magro, como os olhos maiores que a cabeça, esbugalhados, você, um gollun, perdeu o anel. E quando encontra o objeto tão cobiçado, o qual na sua mente era como um tesouro só seu, olha para ele... sorri para o infeliz... e percebe que há outras pessoas, outros anéis, outros objetivos, enfim, nada do que você pretende é inédito.
Sonhos
Seus sonhos em realizar-se como pessoa, como profissional, como pós-graduado em qualquer coisa, se realizam, não como sonhos, mas como obrigações as quais a vida fez questão de, mesmo e apesar dos horrores por que passou, dizer que nada valeu a pena... O casamento desfez esse legado, essa historia linda do passado, e transformou tudo em louça, em panelas, em chão que não pode, sequer, se mostrar com um pingo negro, marrom, cinza escuro... ou um branco mais saliente na cerâmica do chão..
Não adiantou você ter tirado dez naquela matéria infeliz; não adiantou ser perseguido pela pior professora, ou perseguir a menina mais linda da faculdade... Tudo se foi como areia nas mãos, que se vão depois de uma ventania, deixando só resquícios de uma lembrança em forma de pó ou sei lá...
E volto, assim, a perseguir, depois de muito, outro anel. Um que me satisfaça por inteiro, ou melhor, um que me realize ainda que eu não sonhe, pois se souberem que você sonha aparece alguém para desfazê-lo.
Socorro!



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