segunda-feira, 18 de julho de 2016

Vida Pós casamento...






Os grandes pensadores estavam certos quanto à vida, mas quanto à morte, não. Pelo menos quando se se refere à união a dois! Não existe vida pós-casamento. Se observares por meio do prisma que te faz andar, respirar, ter algo em que acreditar, pode esquecer.  Não há nada. Vida, nesse quesito, somente aos hipócritas que não sabem lidar com a vida e sim com a morte. Falam sim para tudo; sorriem, com seu sorriso amarelo-cárie, aos presentes, e treina no espelho como lidar com a situação...

Não querendo entrar na religião, mas..

Acho que Cristo, o Jesus, foi mais esperto de todos. Falou de união, de amor, de casamento, de filhos, mas não se casou. Buda, o experiente iluminado, se casou, teve filhos, mas mudou de cara, casa, quando viu e ouviu, debaixo da árvore da sabedoria, a voz do pai do menino dizer.. "Se tocar com as cordas esticadas demais, pode arrebentá-las; e com as cordas frouxas demais, não toca!" -- claro que não falava do casamento, mas foi a deixa para Sindarta se iluminar, se se mandar! 

Mas Cristo, por ser mais esperto, estão dizendo -- acho que por falta do que fazer -- que tinha um caso com uma mulher da vida, a tal de Maria Madalena, a qual um dia quase lhe deram uma pedrada. E que Jesus teria dito, "Aquele que não tiver pecado, atire a primeira pedra!". Dizem que um dos presentes, casado, queria acertar uma estilingada, mas foi detido.

E por isso, falam em demasia, e com desrespeito, cheios de inveja por ter o filho de Deus salvo a "moça". Mas -- voltando -- se Cristo fosse casado, coitado, teria escrito um diário à parte (iniciado o blog!), a fim de que no futuro soubessem como teria sido a vida "pós-casamento". Porém, divagam entre sim e não, correto e errado, sei lá, mas isso tudo não teria a mínima importância, mesmo porque até mesmo Ramsés se casou e teve oitenta filhos (não literalmente!) e que o Cristo, como se casado que poderia ser, seguisse o mesmo rumo. Imitasse o Buda!

Na Verdade...

O homem nasceu para descobrir, seguir os rumos do mistério; abrir mares, com cajados ou não. Deve pegar na mão da humanidade, ir ao encontro de Deus, ou senão, do outro...! No caso de quem casa, do outro. A mulher, moldada para frear o homem, não se cansa de falar em casamento, em filhos, em casa nova, carro novo -- como uma feiticeira -- ou como uma tocadora de flauta -- embriagando o homem com seu chá pós-tarde, e na madrugada.., se perdendo entre pernas e coxas, e olhos...

Que delícia!




quarta-feira, 15 de junho de 2016

O Frio das Esquinas







Quando se tem em mente sair da caverna do casamento, como um mero gato que se vai nas ruas vazias da noite, percebe-se que se está sozinho, mas não tão sozinho assim... O que eu quero dizer é que nos parece que há uma sombra imensa a se formar com o brilho das lâmpadas dos postes das esquinas, as quais se mostram frias, escuras, tristes, porém, livres para caminhar, ou correr em meio à noite, que se desfaz a madrugada.




E eu, nessa fria madruga, observado pelos deuses solitários, sem abrigo, ou mesmo sem uma veste suficiente a matar meus trêmulos sentidos, penso em voltar, pois meu abrigo anterior, em minha mente, é tão forte quanto meu ideal de ser feliz com outra, ou melhor em outra vida que, possivelmente, seria bem sucedido...




Os frutos do presente que me fizeram homem, a árvore porque briguei no passado, e que por sementes fui dono até o seu plantio, enfim, por todas as coisas com as quais sonhei, briguei, chorei, caí, levantei, vale à pena ainda demonstrar força... Contudo, não sei até quando. Há princípios e princípios.




E quando falo nesses filhos de uma sabedoria distante, penso em Deus, como estrela distante, e na maioria das vezes como a paz maior que burla em mim nesses momentos tão isolados de mim mesmo. Talvez (oooh talvez!), eu sobreviva, talvez não; pretendo. 




E termino sempre em cima de uma metáfora que nos adere como plástico de cozinha... 

É... Acho que já disse...!

quarta-feira, 25 de maio de 2016

A Busca desenfreada






Antes de se casar, o sonho, a realização, o feito. Antes de se casar, a alegria, a farra -- no bom sentido da palavra --, a algazarra, o encontro; antes de se casar, a luz, o descobrimento das montanhas, nunca antes galgadas, o cimo, nunca antes alvejado... Enfim, antes da morte, a vida!

Sei o quanto percebemos que, naturalmente, nos aparece momentos de luz, depois, de escuridão, e assim, sucessivamente... Porém, quando se casa, vem a escuridão completa. Tudo, no entanto, começa com a vertigem no coração, de tanta emoção, amor, paixão, loucura, tontura, e muito mais,,, Não há nada igual.

E como uma roda gigante que para com você preso na última escala, o casamento se vai. Por que lá em cima e não lá embaixo? Para dar medo, terror, dor, dores de barriga, sufoco, suor, calafrio... Diferente da grande emoção que, antes, se exibia no descer e subir, no descer e subir... Hoje, não desce nem sobre -- podem pensar o que quiserem!

E a escuridão se faz assim, Lá em cima. Não consigo sair dela. Na leitura, nas amizades que não tenho mais, nas palavras que antes faziam sentido, e hoje não fazem mais. Na cultura que me conduzia, nos estudos que eram minha característica, na busca dos mistérios, que hoje não têm mais mistérios...

Aprazo pela televisão, na desenfreada busca de não mais ouvir a parceira, concentrando-me em filmes sem sentido, em desenhos (blá blá blá), enfim, em choros internos dos quais somente Mozart para me compreender, e por isso, criei um espaço somente meu, no qual me encontro também com a música, com a paz, e comigo mesmo.

Lá, em uma viagem acima da alma, prevaleço até que a música acabe, ou até o momento em que a voz dela (da parceira) soa como a de um dragão sem fogo nas narinas...


Alguém tá me ouvindo??

quinta-feira, 17 de março de 2016

Artigo de Lixo






Amor em casamento é algo que se esquece, que desaparece, toma outro rumo; amor em casamento é como uma estrela que brilhou até o dia em que o desenganado respira fundo e põe a bendita aliança. Não adianta, é a vida (pelo menos a minha).

Fico pensando, o que é isso que assistimos quando levantamos pela manhã, em forma de um disco, cuja claridade parece-nos cegar, mas que, ao mesmo tempo, é tão agradável e simplória que nos rende a esse capricho de maldoso.... Quando eu era solteiro, chamava isso de Sol!

Penso naquele aroma maravilhoso que um dia sentia quando a chuva caía ao chão empoeirado, formado nuvens tenras e ao passo gostosas de se aproximar. E mais, reflito sobre aqueles pontos brilhantes que um dia me direcionavam numa noite perdido, quando olhava ao céu...

Penso naqueles amigos que um dia foram reais amigos, que nunca fugiram de uma onça, de um tigre, mas foram embora quando disse a eles que eu tinha me casado, e que minhas horas de conversas fiadas – não de barzinho, -- mas afinadas com a política, religião, estudos, enfim, se foram...

Lembro-me que lia nove a dez livros por ano, e hoje, com o advento do casamento, leio somente dois, escondidos, dentro do banheiro, ou em ônibus antes de chegar à casa. É uma luta para recuperar a cultura de um país, de um homem, de uma família, de uma civilização, enfim, de uma geração, e agora, tal luta, de luto, apesar de sombria, começa a fazer parte de minha vida.


Amor em casamento é um artigo de luxo, o qual, mais tarde, coloca-se em uma sacola vazia, de supermercado, com desejo de jogar no lixo. Mas não vai por completo. Fica a feder nos cômodos da casa, dando esperanças de reavivar o que tem no latão. Aqui, não é o amor, não é o sentimento, não é a alma, mas sim, a esperança falsa de revitalizar o que não existe mais... o Amor.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Uma luz no fim do túnel...





...Era um trem e passou por cima de mim! Aqueles momentos belíssimos pelos quais passamos, nós homens casados, eram tão somente luzes no fim do túnel, as quais um dia, percebemos, não eram de esperança, mas de um trem imenso... Estamos vivos, entretanto, para contar nossa história cheias de dores pelo corpo, o qual, em pouco tempo, torna-se tábua de passar, ou uma máquina... de lavar roupa.

Passavam, como uma grande propaganda, a ideia de que somente as mulheres que passam, que lavam, que fazem refeições, que cuidam de crianças, que são chicoteadas moral e fisicamente, e são caladas quando falam em demasia. Na realidade, há uma meia verdade nisso... Quer dizer, houve uma época na qual todas elas eram mortalmente discriminadas quando refletiam além de suas necessidades domésticas. Mas também era uma época em que os homens refletiam, iam para as grandes descobertas e suas esposas ficavam em casa a espera dele, do grande esticador de horizontes, do homem real.

Hoje, parece-me vingança! Elas trabalham fora, refletem acerca de suas posições, deixam seus (nossos) filhos em casa, cuidados por babás, (ou babys siters, sei lá...), ou com o guerreiro, que um dia, graças a ele, sabemos que não havia monstros após aquele mar; não havia infernos embaixo da terra; e mais, muito mais...!  Mas o respeito se foi, os sistemas que geraram a perda de identidade nos fizeram sucumbir.

Contudo, podemos nos reerguer! No lavar de uma louça, no lavar de uma casa, no cuidar de um filho, podemos repensar nossos papéis, refazer a história atual, gritar (baixinho, claro), e quem sabe um dia iniciar uma revolução!

Mas... que elas não saibam.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Grades (O)cultas.












Quando se é solteiro, passamos por uma árvore, sentamos à sombra, dormimos, sonhamos e acordamos com o fruto da bendita ao lado; quando se é casado, a mesmíssima árvore é como uma caricatura de filme de terror; seus cabelos, em forma de folhas, enfeitam a noite, os quais dançam ao som do vento, que assobia trazendo lobos, corvos e seres da penumbra.


A árvore, à que me referi, de dia, é ainda pior. Serve como amarração de uma corda que pode nos salva a vida, se a colocarmos junto ao pescoço, com a ajuda de um banquinho que, de certa altura, pode nos conduzir ao céu quando se ausenta repentinamente dos nossos pés. Então... Crrreeec! Urg! Aaarghh!


Vamos para de falar de coisas boas.


Hoje falam em um tal de sexo. Imagino que seja o gênero de cada um.. não sei. Eu sou do sexo masculino e minha esposa, feminino! Não me lembro de mais nada, mesmo porque das coisas boas, se somos autorizados a lembrar, na verdade, passa-nos somente o dia em que acreditávamos que existia vida além do casamento. Isso, com certeza, não é vida.


Vida não é sobrevida. Não é sobreviver. É assistir a um filme, romanceado; é ir ao teatro e sorrir com peças belas, em nome de um passado que burla nossa alma, e implora que obedeçamos ao pedido dos nossos antepassados gregos.


Vida é viajar e aprender com as paisagens, com o destino, com o sol que nos ilumina, com a chuva que nos lava; com as pessoas que nos dão energia. Viajar é voltar com o coração aberto a novas provas, sejam elas psicológicas, sejam espirituais, enfim... É ter o mínimo de consciência em ter o coração aberto a experiências.


Para o casado, viajar é ir à casa da sogra, é comprar pão todos os dias, na padaria, a cem metros de casa; para o infeliz, casado, viajar é deitar no chão duro, fechar os olhos, sonhar com um lavador de louça automático; é ser reconhecido quando o chão está limpo (isso é viagem).


Assim, de forma lúdica, na camaradagem, com um belo olhar ao sol, visto pelas grades do quarto, sonhamos, viajamos, cantamos e objetivamos um advogado..!

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Anéis, Ilusões, Sonhos...







...Tudo não passa de ilusão: dores nas costas, dores de cabeça, raiva em excesso, vontade de matar, vontade de escalar o último degrau do maior prédio do mundo e saltar dele; vender sogra, não pedir resgate; pagar para ficar com o refém... São ilusões. Mas não são passageiras!
Todos os dias, tais ilusões sobrevoam minha cabeça, como urubus a pedir minha cabeça encharcada de sangue... Por isso, voam no vácuo, com vistas ao almoço do dia, à janta da noite, e ao petisco da madrugada. Na realidade, tais ilusões estão ficando pesadas, como cruzes que não paguei pra ter, ou como pregos cravados em meus calcanhares, que não pude retirar quanto pude.
Esse é o casamento.
Às vezes é preciso se portar como um gollun (não sei se é assim que se escreve), como um constante caçador do anel perdido. Feio, magro, como os olhos maiores que a cabeça, esbugalhados, você, um gollun, perdeu o anel. E quando encontra o objeto tão cobiçado, o qual na sua mente era como um tesouro só seu, olha para ele... sorri para o infeliz... e percebe que há outras pessoas, outros anéis, outros objetivos, enfim, nada do que você pretende é inédito.
Sonhos
Seus sonhos em realizar-se como pessoa, como profissional, como pós-graduado em qualquer coisa, se realizam, não como sonhos, mas como obrigações as quais a vida fez questão de, mesmo e apesar dos horrores por que passou, dizer que nada valeu a pena... O casamento desfez esse legado, essa historia linda do passado, e transformou tudo em louça, em panelas, em chão que não pode, sequer, se mostrar com um pingo negro, marrom, cinza escuro... ou um branco mais saliente na cerâmica do chão..
Não adiantou você ter tirado dez naquela matéria infeliz; não adiantou ser perseguido pela pior professora, ou perseguir a menina mais linda da faculdade... Tudo se foi como areia nas mãos, que se vão depois de uma ventania, deixando só resquícios de uma lembrança em forma de pó ou sei lá...
E volto, assim, a perseguir, depois de muito, outro anel. Um que me satisfaça por inteiro, ou melhor, um que me realize ainda que eu não sonhe, pois se souberem que você sonha aparece alguém para desfazê-lo.
Socorro!



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O Lado Bom da Vida...


 
...Com certeza, não é esse!
Antes de meter a aliança no dedo, o coitado sorri, olha nos olhos da infeliz, que também sorri, e, quando pode, chora, abraça a coitada e diz.. “Te amo!”. Abençoado por Deus, pelo padre, pelo papa, e pelos presentes que assistiram ao martírio voluntário do imbecil, a cerimônia termina – claro, com a aliança brilhando ao longe, com seus dezoito quilates, e com uma sogra, que morde, atrás.
E depois de ter tomado refrigerante quente na festa, dançado muito mal, apertado a mão de ninguém sabem quem, parte para o martírio da lua de mel (que rima com fel). De tão cansado, não faz nada, nem chega perto recente esposa, que mais se parece com uma das irmãs descabeladas, que foram hipócritas a noite inteira anterior. Dorme, ronca bem alto, e acorda com o cunhado gritando ao celular “E, cara, tem mais festa, sai daí, você já fez o que devia ter feito com minha irmã, vamos lá!”...
Depois dessa poluição sonora pela manhã, desse inicio maravilhoso, a morte já sorri como se fosse uma criança ao lado da cama. Mas você, forte, continua, levanta, dá um beijo naquela mulher deitada, que não se parece mais com uma esposa e sim com um bicho que saiu de dentro de um hospício e se jogou na sua cama. “Socorro – você diz – e parte para um beijo suicida”.
“Oooh, meu Deus”, você pensa.  Mas depois você percebe que Deus é um brincalhão e volta a ligar para o cunhado dizendo “Já vou”. Na festinha, cada um com cara de marginal – amigos, inimigos, parentes, cunhados, sogra e uma amante que se esconde entre os não convidados. Nessa você fica de olho, e dá graças a Deus pela vida, pelo casamento, até mesmo pela infeliz da mãe dela, que fica de sussurro com a filha, desde a hora que a gatinha chegou.
De repente, existe vida depois do casamento!

Foi só impressão minha.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Prova de Mestre!



Minha mãe sempre dia, em tom de brincadeira, “quem inventou o trabalho não tinha o que fazer”.  E eu sempre completava “quem inventou o casamento foi um péssimo solitário!”. E assim, minha solidão se fez em forma de livros, de estudos, de conexões com o mundo interior, de modo a me preservar dos namoricos, das paixões baratas, e mergulhar no vão dos questionamentos pré-filosóficos.

E hoje, depois de dez anos de casado, ainda com tais questionamentos, penso que voltei à idade das trevas, cavernas, apenas a observar o fim delas, na tentativa de encontrar o seu começo. Me perdi. E quando veio o grande filho – a única medalha que ganhei até hoje – me dediquei como poucos, e até então o faço da melhor maneira possível, contudo, quem se dedica ao casamento sabe muito bem que, aos olhos da maioria, é um mero escravo do chão, das panelas, da casa, da patroa...

E reforçado pelos olhares da senhora feudal, que passa o dedo em cadeiras e móveis, para saber se há ou não resquícios do pozinho, tiramos a camisa, a demonstrar o suor, e o pior: as marcas das chicotadas! Como fomos tolos! – devia haver um filme com esse título! Mesmo porque a natureza, segundo alguns, sábia, nos fez fortes, autoritários, firmes, com vozes graves, estrondosas, porém, se desfazem quando a bendita aliança se lança naquele dedinho que todos conhecem como “o dedo cuja veia tem ligação com o coração...” – depois de anos, percebo que não era com o coração...

Depois desses três parágrafos, pensei em Sócrates, grande filósofo, divisor de águas entre o que fora ou não filosofia. Mestre, que não fora iniciado nos segredos ocultos, era casado com Xantimpa, uma senhora cujo nome era tão normal quanto chupar manga em dezembro. Até hoje não se sabe por que nosso querido mestre se casou, pois seus discípulos, inclusive o melhor deles, Platão, nem pensava nesse suicídio! Mas o mestre foi além.

E por ter ido além, todas as vezes que estava a filosofar acerca dos homens e dos sistemas, sua esposa, cuja voz tinha mais semelhança com a de uma sindicalista revoltada, saía a procura do marido. E ao saber de suas relações filosóficas, gritava seu nome como se estivesse em uma favela carioca, em meio a um tanque cheio de roupas... Imagine o desconforto do mestre!

Tempos depois, Sócrates foi condenado, preso, e mais tarde a tomar cicuta – um veneno, pior que casamento, -- e após emborcar o frasco contendo o líquido, direto aos lábios, se foi, morreu; antes, porém, dizem que suas últimas palavras foi “Sacrifiquem um galo a Esculápio”... Claro que Sócrates estava se referindo ao deus Esculápio, e o galo, em sacrifício, nada mais era que um ato simbólico antes do pós-morten..

Outros, os mais incultos, diziam... Sócrates falou no galo porque sua esposa o tinha pedido para comprar, e ele, por raiva, fez exatamente o contrário; em vez de mandar entregar à esposa, pediu para sacrificar o bichinho e ainda entregar a um amigo chamado Esculápio!

Que absurdo!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Um ato de maldade?







Há casais que se casam, outros se internam, se refugiam, se hospitalizam, se suicidam... E fazem juras de amor solenemente, como se fossem para o céu. Na realidade, vão para uma guerra interminável, na qual vale tudo. Facas, com ou sem pontas; garfos, idem, de plástico ou não, colheres, de pau ou não, conchas; cadeiras, mesas, e assim por diante...

Há casais que se casam com, e outros contra. Por maldade, a pessoa que não tem mais nada a fazer na vida, a não ser olhar os lírios do campo, se une a outra, e mal sabe que se aproximou do inferno – de Dante, do Diadorim, etc – literal, simbólico, expressivo, factivo, partidário, integral.. e assim por Dante...

Há casais e casais. Casais que se matam depois de cinquenta anos, e mais outros, que o fazem  depois do sim. O temor é o mesmo. O primeiro se firma como patriótico, o segundo como heroico, como que fosse salvar o alguém, não a sua vida. Mas por quê? Sei lá. De repente o dom de loucura seja uma virtude, como diria Machado de Assis, mas não acredito que uma loucura desse tamanho seja natural e sim uma debilidade necessária.

O casamento, assim como o inferno pessoal e literal, é uma necessidade para o crescimento? De quem? Eu nem me sinto maior do que eu era! Nem mesmo a minha querida mulher, pois a altura dela não passa de 1,60 desde quando nos conhecemos!

Talvez... Interiormente. Mas aí, a gente vai ter que falar de Sócrates e Xantimpa!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Abstracionismo a Vista!












..Falar sobre monstros fantásticos dos quais desde criança de ouve, e de fantasias que se realizam involuntariamente quando se casa. Ou seja, quando temos elementos indecifráveis em uma relação na qual não se compreende nem mesmo seu abstracionismo e nem mesmo o porque de sua existência é como falar de um romance entre Sartre e Simone DE'Beauvoir, misturando tesão e amor. Não é possível.

É o complicado mundo do homem que cai no fosso do casamento sem mesmo ter um agricultor para se jogar uma terra e nela o homem casado subir, como se degrau fosse... Simplesmente, há sempre aquele que te enxerga de longe como um ser solitário (não feliz), um ser abandonado (não livre), um ser desprovido de chicotes verbais (não independente de regimes!)...

Somos obrigados pelas circunstâncias pular no fosso, saber o que há dentro dele, e nos espatifar como passarinhos desavisados. Ahhh , como eu gostaria de frear esse inconsciente coletivo (desculpe-me Jung) e ter uma sobrevida só para observar o sol com outros olhos, não estes, desgastados pelos choros de um homem nasceu para sorrir. Olhos vívidos, limpos, sem medo de olhar para cima; do tipo que se alimenta para alimentar a alma...

Ahhhh, alma minha gentil, que já foi gentil, um dia alguém nos jogará uma corda, nos puxará, nos abraçará e conosco vai chorar e nos dará prêmios de coragem por enfrentar a dor em seu máximo grau com se fôssemos gregos a salvar, mais uma vez o mundo..

Vamos mostrar que o casamento, violável por natureza, nos detém ao espirito. E não me venham com essa história de encontro de casais, que é uma tremenda besteira!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Películas de Terror









Mata mais que guerras, deixa-nos mais perplexos que cenas de terror, nos faz chorar como crianças deixadas pelos pais; é a falta de fé concretizada, levada ao extremo! Um pesadelo, uma dor interminável, é o fim da esperança, do mundo, de Deus!
Quando os nazistas fizeram o que fizeram na Segunda Grande Guerra, todos ficaram boquiabertos com o nível de desumanidade perpetrada por eles. Foi o fim para muitos, e até hoje, lembrada e relembrada pelas películas e depoimentos, percebemos que nossos sentimentos se tornaram frágeis com o próprio homem, que, antes dignificava o próximo, quando podia, e hoje, ante aos olhos de todos, disseca sua própria raça, como peixes deixados no deserto, depois de abertos..
Contudo, quando expomos nossas variadas formas de terror, esquecemos que há sempre uma que supera a outra, e assim por diante. Prova disso é o casamento! Pior do que Saigon, antigo Vietnã, na qual morreram sacrificados por uma guerra (a chamada guerra do Vietnã) mais de quientas mil pessoas, entre civis e soldados – dada como a guerra mais genocida depois da 2ª Grande Guerra, a qual, comparada a união de duas pessoas, voluntária, consentida, sagrada e vigiada pelos céus, uma guerra de botões!...
Mesmo assim, ainda que a guerras e mais guerras ele, o casamento, seja comparado, mergulhamos nele como em piscinas de bolinhas, sorridentes, livres, leves e soltos... E mesmo encontrando facas pontiagudas dentro do brinquedo, pulamos, pulamos e só quando nos machucamos... queremos sair. Aí já é tarde.
O casamento, na realidade, não é um brinquedo, não é uma guerra, nem mesmo uma mina voluntária na qual pisamos – é pior. Ele faz sucumbir seus sonhos, suas energias, suas realizações, ainda que nos engane com casas, carros, presentes de casamento, enfim, em tudo. Como diria o poeta, não casado, ‘quem criou o casamento ama se amarrar’...
Claro que é uma amarra! Pior do que algemas visíveis, pior do que a prisão de Gualtanamo, onde há os presos mais terroristas da história americana. E vem recheado de agulhas – cunhado, cunhadas, etc, todos com caras de hipócritas ao chegarem bem pertinho de nossas faces nos dando beijinhos, risadinhas, e para finalizar... o aperto de mão: um leve toque de dedos medrosos em nossas, como se fôssemos portadores de alguma...zica.
Calma, ainda vou falar da sogra; lá na frente.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Prólogo


Queria (ou quero... ou como sempre dizem “gostaria” com o sentido de quero) iniciar esse capítulo da minha vida de forma antológica, mas parece-me que não vai dar. Minha cabeça e seus pensamentos são furtivos e não consigo lidar com eles. O primeiro é como uma balança que não para de subir e descer; o outro, pensamento, se esvai como nuvens de filmes de terror – para um lado e para o outro. É uma pena.

Nem por isso, no entanto, devo deixar de iniciar esse projeto, pois, hoje, agora, sei que, mais do que nunca, é preciso. É preciso ser preciso em minhas informações a respeito do que pretendo ou não; ou seja, tudo está fora do que não é abstrato, de um abstracionismo concreto, firme, correto e ao mesmo tempo válido em prática. Essa é a vida de casado.

Ahhh, deixa de manha, e vamos lá!

Para começar a escrever esse blog, fiquei muito pensativo a respeito do que iria fazer. Nem sei se é correto, mas, a depender do que colocarei, é certeza de sucesso, ou seja, posso me tornar um ótimo aconselhador ou um péssimo homem (casado), ao tentar adicionar ao público histórias ditas como secretas...

Eu não sou bobo, no entanto, em fazer isso. O que pega, na realidade, é que o que a gente espera de um blog, que visa falar da vida dos homens casados, calados em sua alma, com medo (ou receio?) de se expressarem sobre todas as questões inerentes a essa vida – se é que se pode chamar de vida! – dentro da qual nem mesmo o pior pesadelo explica?

Não exagero. Hoje, morri de rir quando disse a um colega (não casado) sobre o feitio desse blog... E quando me ouviu disse, “Vai ficar sem texto; não tem novidade nenhuma!”, e caímos na risada, que não foi pouca.

Contudo, ao contrário do que pensamos, temos sim muita coisa a dizer, reclamar, a ensinar, a buscar, a chorar... (claro!), mesmo para homens que não acreditam no choro como forma de persuasão na tentativa de fazer um mundo melhor, o choro é uma saída (ou entrada!).

Esse blog, sei que todos estão já pensando, mas vou logo dizer... Não é para falar mal de nossas mulheres, amantes, sogras, famílias, mas, se houver um pequeno espaço para tanto... Mandemos ver! Sim, porque o que nos move nada mais é do que a indignação – assim o disse um velho amigo casado --. é a vontade mudar, de sair correndo, de desfazer as algemas e ver o sol!